O
quiabo é o fruto do quiabeiro (Abelmoschus esculentus, família Malvaceae), planta arbustiva
natural da Etiópia, que foi introduzida no Brasil pelos escravos africanos. O
cultivo de quiabo adaptou-se muito bem às elevadas temperaturas das terras
tupiniquins.
O quiabo serve para
preparar várias receitas, como o tradicional frango com quiabo da culinária
mineira e o baiano caruru (camarão e quiabo). Ele ainda pode acompanhar outros
tipos de carne ou ser consumido na forma de saladas e de refogados. Os frutos
podem até ser fritos ou assados.
A
hortaliça também é comum nas cozinhas de países africanos, orientais e dos
Estados Unidos. Ademais, das suas sementes podem ser extraídos um óleo para
consumo.
100 gramas de quiabo cru fornecem 33 calorias: 7,03g de carboidratos
(sendo 3,2 g de fibras), 2 g de proteína e 0,1 g de gorduras.
Entre seus inúmeros benefícios estão: auxílio para dietas de emagrecimento, bom para quem tem diabetes, ajuda a manter a saúde do sistema cardiovascular, ótimo aliado do sistema digestivo, fortalece o sistema imunológico, possui ação anticâncer, antioxidante, é bom para os ossos, visão, é fonte de ácido fólico e ainda é bom para a pele e os cabelos. E, das suas sementes, ainda se extrai um óleo bom para o consumo.
Com tantos atributos, nas Religiões de matrizes africanas não poderia ser diferente o seu uso em diversos pratos oferendados aos Santos e Orixás em geral.
A fama do Quiabo, conhecido como Ilá, nas religiões afrodescendentes, é de pertencer a um prato muito especial e preferido de Xangô: o Amalá, feito com rabo do boi, quiabo cortado em rodelas, camarão, cebola, pimenta do reino e azeite de dendê para temperar, e, para finalizar, 12 quiabos inteiros para rodear o prato. Tem a função de acelerar a chegada ou desfecho de algo que se ambiciona.
Mais engana-se quem pensa que essa é sua única oferenda nos cultos de candomblé.
O Ilá, é um alimento destinado ao culto dos Egunguns para obtenção de favorecimento em diversos assuntos e de várias naturezas. Por exemplo, servido com uma rabada de boi cozida, tem a finalidade de acelerar o término de um sofrimento, doença, processo judicial, autoridade excessiva, abuso, tirania ou má intenção de pessoas. Pode ser ofertado para vários outros Orixás, tais como:
Exú: quando ofertado a este Orixá, tem a finalidade de acelerar a prosperidade, fazendo com que haja uma melhoria financeira.
Ogum: sua finalidade para este Orixá é derrotar um inimigo em confronto manifesto.
Xangô: atacar ou apaziguar qualquer ameaça que ainda não tenha se manifestado, pedindo a justiça sobre a causa. Podendo, também, ser servido com amalá e um pedaço de carne assada com Orogbô afim de dar coragem para alguém enfrentar algo complexo ou outra pessoa numa situação complicada e difícil.. Com pedras de raio em brasa, é utilizado para pedir defesa contra os inimigos perigosos e injustos.
Obaluaê: Servido cru, pilado, afim de acelerar o andamento de riqueza e prosperidade. Também pode ser ofertado com um amalá com peixe, búzios, Orossum e Efun para trazer dinheiro em abundância.
Obatalá: Apaziguar qualquer situação agressiva.
Como podemos constatar, o Ilá possui características que tanto servem para adiantar, frear, desfazer qualquer situação que possa vir a atrapalhar o caminho do filho de santo e daqueles que procuram solução para seus problemas.
Em uma magia um pouco desconhecida, sua seiva, quando colocada sobre a folha da bananeira, é utilizada para causar a queda de um inimigo. Em outra situação, sua seiva quando misturada a água, tem a finalidade de apaziguar, acalmar e até mesmo, de frear uma força agressiva que possa vir a abater a pessoa numa possível confusão de vida ou no seu próprio Ori.
Enfim, o quiabo, além de cuidar de nossa saúde, também está presente em inúmeras funcionalidades dentro das religiões de matrizes africanas. Nos protege, nos livra dos males, nos faz justiça e agrada vários santos do panteão africano.
Axé Axé Axé.
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