Venho hoje, neste dia da Consciência Negra, data esta marcada sobre a morte de Zumbi dos Palmares, falar um pouco sobre a quebra da corrente dos negros que não foram convidados a deixar seu país. Foram obrigados.
Difícil de entender, apesar de tudo ter uma razão para acontecer, mais este povo não foi tirado de sua terra em vão. A África não era uma página em branco. Seu povo tinha cultura, costumes e crenças que, através da escravidão foram expandidos pelo mundo inteiro e hoje, podemos dizer que todos temos um pedaço da África dentro de nós.
Há 125 anos, houve a abolição da escravatura, e a minha dificuldade por andar entre os brancos ou para tentar ser um branco, é que, ainda nos dias de hoje não consegui escola, não consegui um bom trabalho, um serviço médico de qualidade e, por esse motivo vivo numa busca incansável entre minha alma e meu espírito. E, não consigo entender até hoje, como o mundo faz a divisão entre duas imagens de cor, esquecendo que por dentro os dois corações são iguais, os dois cérebros são iguais, que o sangue que corre num também corre no outro e a dor que um sente o outro também sente. Então a minha alma busca hoje, incansavelmente, por uma visão de igualdade, de amor e por um Brasil melhor. Luto por uma alma, por um pensamento e por todo conhecimento adquirido através dos meus ancestrais, que padeceram com sua retirada forçada de sua terra natal para um trabalho escravo na lavoura, da cana de açúcar, do café e diversos outros para que eu vencesse os preconceitos e as barreiras oriundas destes. Deixamos de lavar a roupa do amo para hoje sermos chamados de doutor. Estou hoje formado graças a minha ancestralidade que pagou com seu sangue na senzala, mais a única forma que consegui de me igualar ao branco foi quando vi que ao redor de meu túmulo haviam tantos mais de brancos.
Meu povo, aqui deixo o pensamento de um branco com alma negra. Axé a todos.
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