A Força sustentada por Xangô
Ilê Axé Opó Afonjá |
História
A história do Terreiro do Axé Opô
Afonjá (outros nomes: Terreiro de
Candomblé do Axé Opô Afonjá; Ilê Axé Opô Afonjá) assim como a do Terreiro do Gantois, está intimamente vinculada
ao Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho.
Segundo vários autores, este terreiro serviu de modelo para todos os
outros, de todas as nações. Um grupo dissidente do Terreiro da Casa Branca, comandado
por Eugênia Anna dos Santos, fundou, em 1910, numa roça adquirida
no bairro de São Gonçalo do Retiro, o Terreiro Kêtu do Axé Opô Afonjá.
O terreiro ocupa
uma área de cerca de 39.000 metros quadrados. As edificações de uso religioso e
habitacional do terreiro ocupam cerca de 1/3 do total do terreno, em sua parte
mais alta e plana, sendo o restante ocupado pela área de vegetação densa que
constitui, nos dias de hoje, o único espaço verde das redondezas.
Espaço Organizacional
Por força da topografia do
terreno, as edificações do Axé Opô Afonjá se distribuem mais ou menos
linearmente, aproveitando as áreas mais planas da cumeada, tornando, no acesso
principal, um "terreiro" aberto em torno do qual se destacam os
edifícios do barracão, do templo principal - contendo os santuários
de Oxalá e
de Iemanjá -,
da Casa de Xangô e
da Escola Municipal Eugênia Anna
dos Santos.
A organização espacial do Axé Opô Afonjá mantém as características básicas
do modelo espacial típico dos terreiros jejês-nagôs.
Esses mesmos elementos são também encontrados nos terreiros da Casa Branca e do
Gantois, apenas com uma diferença: no Axé Opô Afonjá, o barracão é uma
construção independente, ao passo que, nos dois outros terreiros, ele está
incorporado ao templo principal.
Museu
O Museu Ilé Ohun Laila (Casa das
Coisas Antigas), inaugurado em 1999, está localizado no andar inferior da Casa de Xangô, reunindo a história do terreiro, e das ialorixás, com objetos de
culto e roupas em exposição.
Foi designado como Patrimônio mundial em 1998.
Foi designado como Patrimônio mundial em 1998.
Iyalorisás
Mãe Aninha |
Eugênia Anna dos Santos
Mãe Aninha - Obá Biyi = 1909-1938
Mãe Aninha nasceu no dia 13 de julho de 1869, às 10h da manhã, em Salvador, Bahia. Filha de Sérgio José dos Santos (chamado em gurunsi Aniló), brasileiro, e Leonídia Maria da Conceição Santos ( chamada em gurunsi Azambrió), brasileira. Fundou o Ilê Axé Opó Afonjá, no Rio de Janeiro em 1895 e em Salvador em 1910. Em 1936 reinaugurou o Ilê Iyá e institui o Corpo de Obás de Xangô com Martiniano Eliseo Bonfim. Influenciou Getúlio Vargas, na promulgação do Decreto-Lei 1.202, que proibiu o embargo sobre o exercício da religião do Candomblé.
Mãe Badá de Oxalá |
Mãe Badá de Oxalá
Olufan Deiyi = 1939-1941
Maria da Purificação Lopes, Mãe Badá de Oxalá, Olufan Deiyi, nasceu em Salvador em meados do século 19. Foi Iyékékeré e assumiu temporariamente os destinos do Ilê Axé Opó Afonjá em Salvador após o falecimento de Mãe Aninha. Ocupou antes do falecimento da fundadora, o posto de Baró, espécie de conselheira. Era uma expert em assuntos da religião e entendia a fundo os mistérios dos Orixás.
Mãe Senhora |
Mãe Senhora
1942-1967
Maria Bibiana do Espírito Santo, a Mãe Senhora, nasceu em 31 de março de 1890, filha de Félix do Espírito Santo e Claudiana do Espírito Santo, na Ladeira da Praça, em Salvador, Bahia. É descendente da nobre família Asipá, originária de Oyó, na Nigéria , e Ketu, no Benin. Sua bisavó materna foi Marcelina da Silva, Obá Tossi, uma das fundadoras do Candomblé da Barroquinha, depois, Casa Branca de Engenho Velho, em Salvador.
Mãe Ondina De oxalá |
Mãe Ondina de Oxalá
1969-1975
Ondina Valéria Pimentel, nasceu no dia 08 de fevereiro de 1916, filha de José Theodoro Pimentel. Descendentes dos fundadores do Terreiro do Mocambo e do Terreiro do Tuntum, ambos de culto aos Eguns, na Ilha de Itaparica. Foi iniciada por Mãe Aninha em 1921, na casa de seu pai, José Theodoro Pimentel em Itaparica - Balé Xangô do Ilê Axé Opó Afonjá, sucessor de Rodolfo Martins de Andrade ou Bangbosé Obitikô.
Mãe Stella de Oxóssi |
Mãe Stella de Oxossi
Odé Kayodé = 1976
Em 12 de Setembro de 1939, aos 14 anos, Mãe Stella foi iniciada por Mãe Senhora e recebeu o Orukó (nome) de Odé Kayodê. Em 29 de junho de 1964 foi designada Kolabá (sacerdotisa do Culto de Xangô) por Mãe Senhora. Filha predileta de sua mãe de santo, pouco a pouco foi aprendendo os grandes mistérios e segredos do Candomblé. Em 19 de março de 1976, foi escolhida para ser a quinta Iyalorisá do Ilê Axé Opó Afonjá, conforme consta no livro de atas do conselho religioso do próprio terreiro.
Dias Atuais
Atualmente, este terreiro, continua suas atividades com grande influência sobre outros terreiros pois virou um exemplo a ser seguido. Mãe Stella, falecida aos 93 anos no dia 27 de Dezmbro de 2018, soube se posicionar perante o Brasil inteiro, em meio a tanta discriminação que nossa religião sofre, se tornando a Iyalorisá mais influente de todos os tempos. Escreveu o livro O que as folhas cantam (Para quem as folhas cantam), participou de inúmeros congressos afro religiosos, entrou para Academia Brasileira de Letras, e seu nome é reverenciado por todos que participam ou não desta religião. Artistas famosos e políticos lhe prestam homenagens e sabem do poder que esta mulher tem para a nossa cultura.
À nossa querida e estima Mãe Stella de Oxóssi, receba de todo o povo que lhe admira, o axé do amor, o axé da saúde, o axé da felicidade, o axé da paz e o axé do Sagrado e que as bençãos dos nossos Santos recaiam sobre seu nome. Exemplo de força e virtude para nossa religião
Axé
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.