Considerado mais um caminho de Obatalá ou mais um Orixá Funfun - Orixá do Branco. O Orixá Eteko, mais conhecido hoje como Okò, é o Orixá da Agricultura, dos granjeiros, dos inhames, das sementes, da fertilidade da terra e é também o que traz chuva para o benefício dos campos semeados É considerado o padroeiro da cidade Ijugbè, que a princípio, era uma aldeia de granjeiros. O chefe do seu culto é chamado de Obarese que, segundo a tradição, era o primeiro a plantar o inhame para que o Orixá Okò abençoasse as colheitas. Da mesma forma, os primeiros inhames colhidos eram destinados a Okò.
História
Originário da cidade de Irawo, onde era rei, foi banido da mesma por ficar leproso, indo morar no campo com sua mulher. Daí provém o apelido ETEKO, que quer dizer: ETE= Leproso; OKO= Campo - "O leproso do campo".
Por causa de sua doença, ele cobria seu corpo, protegendo-o do sol com um longo pano branco, caminhando com dificuldade. Com a ajuda de sua esposa, construiu uma cabana de folhas de palmeira e ali os dois se estabeleceram, colhendo frutos do mato e caçando guineas (galinhas d'angola). Naqueles tempos o homem não sabia como plantar e foi por acidente que Okò descobriu a arte da agricultura, iniciando com os inhames e mais adiante com as frutas. Com o tempo, Okò e sua esposa aprenderam a plantar ervas e a reconhecer suas qualidades medicinais. Depois de muitas provas com diferentes ervas, acharam a cura para sua doença. Depois de se curar, eles voltaram para a cidade de Irawo, onde o povo lhes acolheu com alegria fazendo uma grande festa. Okò passou então a ensinar para seu povo a Agricultura e o conhecimento das ervas medicinais e, mesmo após a morte de Okò e de sua esposa, o povo nunca os esqueceu, continuando a contar a história deste Orixá para seus descendentes. Após muitos anos, Orixá Okò foi divinizado e se tornou padroeiro dos agricultores.
Teria sido um grupo de caçadores, seguidores desse Orixá, quem fundou a cidade de Okò, levando seu culto com eles. O nome Okò, é muito mais difundido pelo fato de ser quem ensinou a agricultura, pois, a palavra "okò", além de "campo", significa plantação, semeadura, agricultura.
Uma barra de ferro enfeitada com búzios é o símbolo deste Orixá, e é entregue aos iniciados em seu culto. Essa barra (cajado do Orixá Okò), pode passar a pertencer à família e seus assentamentos podem ser herdados por um parente após a morte do iniciado, pois o culto é familiar.
No culto deste Orixá na África, somente as mulheres iniciadas - Agegún Orixá Okò - são possuídas pela divindade e tem na testa duas linhas verticais: uma vermelha e uma branca. Acredita-se que este Orixá cura a malária e outras doenças ligadas aos labores no campo. As abelhas são suas mensageiras.
Oferendas e quizilas
Suas comidas prediletas são: cabras brancas, melão cozido, vinho de milho - Oti Sèkètè, um peixe chamado Eja Abori, galinhas d'angola, inhame, farinha de inhame, mandioca e farinha de mandioca. Seus filhos não podem comer carne de animal velho, serpente e nem inhame ou mandioca novos antes que sejam celebradas as festas para o Orixá.
É costume dos granjeiros reverenciar com seus produtos o Orixá Okò antes de sair para vendê-los no mercado.
Iniciação
Na iniciação, os Iyawos devem ficar isolados por três meses sem poder olhar o sol; vestem -se de branco e tomam banho com água fresca todos os dias. Enfeitam seus corpos com efun (pó utilizado para pintura dos iniciados).
Lenda
Orixá Okó era um velho que desceu do Céu e vivia de suas lavouras. Ele tinha muitos filhos que moravam na cidade de Irawo. Quando seus filhos o visitavam, algumas vezes o viam e algumas vezes não.Ele caminhava lentamente, apoiado em um cajado e sentava-se para descansar. Quando ficou muito velho, seus filhos o levaram para morar com eles na cidade. Homens que carregavam o produto das lavouras do velho vinham sempre à cidade e indagavam onde ele morava. Os habitantes da cidade, intrigados, foram vê-lo, levaram-lhe presentes e honraram-no.
Um belo dia ele morreu e seu corpo desapareceu. Ficou apenas seu cajado e a este foram prestadas todas as honras que outrora eram prestadas ao velho.
Em outras histórias, Orixá Okò era um velho caçador que tinha um cachorro e descobriu a Agricultura após perceber que umas sementes enterradas por seu cachorro começaram a crescer.
Axé a todos.